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Destaques da edição de Agosto de 2019
O PAIGC, partido maioritário na Guiné-Bissau, acusou este sábado o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, de desrespeitar o país e de contrariar valores democráticos e constitucionais, depois de o líder da organização ter comentado a crise política guineense.
O partido acusa o secretário-executivo de «perder de vista a construção democrática» como «pressuposto fundamental para a paz e a estabilidade»
(DR)
O Presidente da República da Guiné-Bissau demitiu na quinta-feira o Governo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o que aconteceu pela segunda vez desde as eleições de 2014.
Murargy admitiu na sexta-feira que Bissau possa ter um novo executivo sem o PAIGC, se tal trouxer estabilidade, até porque a organização não tem dinheiro para patrocinar novas eleições.
Em resposta, o partido emitiu um comunicado na última noite em que acusa o secretário-executivo de «perder de vista a construção democrática» como «pressuposto fundamental para a paz e a estabilidade». O PAIGC refere que os valores democráticos «não têm preço, e se têm só o povo guineense pode fixar os respetivos valores».
O partido classifica a hipótese colocada por Murargy como «inconstitucional» e questiona «como é que ousa fazer esta afirmação, nem que fosse simplesmente por respeito ao povo guineense, que merece todo a consideração dos seus irmãos e pares de língua portuguesa».
«Para o PAIGC, o secretário-executivo da CPLP ficou cansado dos muitos problemas que a Guiné lhe tem causado, ao ponto de escolher o caminho mais curto e o que lhe parece mais barato», acrescenta o comunicado. E o partido acrescenta: «Ele diz simplesmente que a CPLP não tem dinheiro para o seu funcionamento, quanto mais para financiar uma eventual eleição antecipada».
O PAIGC diz esperar que a atual presidência de Timor-Leste da CPLP «queira corrigir esta deriva de princípios e valores que só conseguimos atribuir ao cansaço e a alguma desatenção e fadiga"» de Murade Murargy.
Redação com Agência
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