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O papa Francisco "pediu perdão pelos pecados e falhas da Igreja (Católica) e dos seus membros" durante o genocídio de 1994 no Ruanda.
Num encontro de 20 minutos realizado esta segunda-feira, 20, na Santa Sé com o presidente ruandês, Paul Kagame, o papa disse ainda esperar que o pedido de desculpas da Igreja Católica ajude o país a sarar, estendendo a sua solidariedade aos que ainda "sofrem graças as consequências daquele trágico momento".
As relações entre Kigali e o Vaticano têm permanecido tensas desde o genocídio ocorrido há 23 anos. Em novembro, o governo ruandês considerou que o Vaticano deveria pedir perdão pelo papel de alguns representantes da Igreja nos referidos acontecimentos, que, segundo a ONU, causaram cerca de 800 000 mortos, essencialmente da minoria tutsi.
No encontro de hoje, o primeiro ocorrido entre o presidente do Ruanda, Paul Kagame, e o papa Francisco no Vaticano, o Sumo Pontífice admitiu que alguns membros da Igreja Católica "sucumbiram ao ódio e à violência, traindo a sua própria missão evangélica".
“O papa expressou ainda o desejo de que o seu humilde reconhecimento dos erros daquele período que, infelizmente, desfiguraram a cara da Igreja, possa contribuir para uma purificação da memória” e a promoção de uma renovada confiança, continua o comunicado.
A Igreja Católica foi por diversas vezes posta em causa devido à sua proximidade com o regime extremista hutu da época do genocídio e pelo envolvimento de padres e religisos nos massacres ocorridos. Muitos deles foram julgados e alguns condenados.
A 21 de novembro de 2016, a Igreja Católica ruandesa, numa carta assinada pelos nove bispos do país, pediu perdão por todos os cristãos que tenham estado implicados no genocídio.
Atualmente cerca de metade dos ruandeses são católicos, depois de muitos se terem voltado para as igrejas pentecostais depois do genocídio.
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